quinta-feira, 7 de maio de 2009

Excesso de peso e gordura abdominal


Um estudo publicado no Caderno de Saúde Pública em março de 2009, teve por objetivo identificar a prevalência e os fatores associados ao excesso de peso e da concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil.

Identificou-se prevalência de 26,3% de sobrepeso nas mulheres e de 25% nos homens. Para obesidade, a prevalência foi, respectivamente, de 15,1% e 8,4% entre mulheres e homens. Totalizando 41,4% de excesso de peso entre as mulheres e de 33,4% entre os homens.

O excesso de gordura abdominal foi identificado em 35,7% das mulheres e em 12,9% dos homens, segundo o indicador circunferência da cintura.

É importante ressaltar que, independentemente do sexo, a simultaneidade da exposição ao excesso de peso e excesso de gordura abdominal, identificada na população investigada a coloca em condição de maior predisposição para as DCNT.

Prevalências mais elevadas da prática de tabagismo (38,2%) e do etilismo (80,4%) foram identificadas entre os homens. A ausência de atividade física ou a realização de atividade de intensidade leve no esporte e lazer foi referida por 65,5% das mulheres e por 41,8% dos homens.

Dentre as morbidades referidas pelos homens, destacaram-se as dislipidemias (45,2%) seguidas pelo infarto (36,5%) e pela obesidade (29,4%) e, para as mulheres, sobressaíram também as dislipidemias (48,9%), a obesidade (34,6%) e o infarto (29,7%). Os problemas de saúde de maior ocorrência referidos pelos homens e pelas mulheres foram as dislipidemias 19,6% e 19,4% e, a hipertensão arterial 16,3% e 22,2%, respectivamente.

Identificou-se ainda que 37,6% das mulheres e 27,3% dos homens já tinham adotado algum tipo de dieta; 47,2% das mulheres e 42,3% dos homens realizavam três ou menos refeições por dia.

Segundo o sexo, os resultados deste estudo indicam que a prevalência de excesso de peso e da gordura abdominal se torna crescente com o aumento da idade da mulher. O aumento da prevalência do excesso de peso para os homens não apresenta tendência crescente à proporção que aumenta a idade.

A redução do número de refeições ingeridas ao dia foi outro fator que se mostrou inicialmente associado ao excesso de peso quanto a gordura, para homens e mulheres investigados, e no modelo final mantém significância apenas para gordura abdominal entre os homens.

Foi observada associação entre fazer dieta para perda ponderal e o excesso de peso e de gordura abdominal entre as mulheres. Esta condição leva a pensar que, uma vez diagnosticado o excesso de peso ou da gordura abdominal, o indivíduo pode ter iniciado medidas de restrição alimentar para o controle destes eventos.

O uso de bebida alcoólica se mostrou associado com o aumento da concentração de gordura
abdominal somente para os homens e a história familiar de obesidade com o aumento de peso somente entre as mulheres.

A história familiar de infarto agudo do miocárdio associou-se tanto com o excesso de peso quanto com o de gordura abdominal, especificamente para os homens. A associação observada entre hipertensão e o excesso de gordura abdominal para o sexo masculino confirma uma relação já evidenciada.

Ser mulato ou negro é um fator de proteção para o acúmulo de gordura abdominal.

Embora a influência genética seja reconhecida como fator de risco para a obesidade, particularmente a obesidade abdominal, os fatores de meio ambiente e do estilo de vida são os mais expressivos fatores de risco para a ocorrência de sobrepeso e da obesidade em todo o mundo. As medidas de controle e prevenção de riscos modificáveis para a população estudada estão situadas na esfera da adoção de estilo de vida e da alimentação saudável.

Um comentário:

Mateus disse...

E dá-lhe cinturinha de ovo!