quarta-feira, 27 de julho de 2011

Campanha busca conscientizar população em relação ao uso excessivo de sal


O consumo diário do produto no Brasil atualmente é de 12 gramas, enquanto o recomendado pela Organização Mundial de Saúde é de apenas 5 gramas.


A campanha “Menos sal. Sua saúde agradece!” foi lançada nesta terça-feira (26), por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O evento foi realizado durante a cerimônia oficial de abertura da 30ª ExpoEcos, que reúne supermercados das regiões Centro-Oeste e Norte, em Brasília (DF).


“A campanha trabalha a conscientização dos consumidores e empregados dos estabelecimentos comerciais em relação aos malefícios do consumo excessivo de sal, trazendo orientações para o uso racional do sal, como a retirada do saleiro da mesa e o uso de temperos naturais”, explicou Patricia Jaime, coordenadora geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. “Além de orientá-los a fazer escolhas de alimentos mais saudáveis com base nas informações dos rótulos”, completou.


De acordo com dados da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, o consumo diário de sal no Brasil atualmente é de 12 gramas, enquanto o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de apenas 5 gramas. “Queremos atingir esse consumo diário recomendado pela OMS até 2022, como parte do Plano de Ações Estratégicas para Enfretamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT)”, disse Patricia.


O Plano de Ações está disponível nesta semana para consulta pública no Portal do Ministério da Saúde. Sociedade civil e demais parceiros podem enviar contribuições por meio de formulário específico. A intenção é traçar uma série de ações para reduzir as mortes prematuras por doenças como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, responsáveis por 68% das mortes ocorridas anualmente no país. Além do impacto na mortalidade, as DCNT têm gerado perda de qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades de trabalho e de lazer, além dos impactos econômicos para as famílias, comunidades e a sociedade em geral.


Um dos fatores de risco para desenvolvimento dessas doenças é a hipertensão, causada principalmente pelo alto consumo de sal. A campanha lançada nesta terça é uma das respostas ao acordo firmado em abril de 2011, no qual estão previstas medidas para o consumo consciente e promoção da alimentação saudável, entre outras. “O projeto piloto da campanha é resultado do trabalho conjunto entre o Ministério da Saúde, a Anvisa e a Abras e será realizado nos supermercados do Distrito Federal. Depois, deve ser estendida aos demais estados”, adiantou Patricia.


COMPROMISSO – No último Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, as associações que representam os produtores de alimentos processados assinaram um termo de compromisso com o Ministério da Saúde para estabelecer um plano de redução gradual na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos, começando por massas instantâneas, pães e bisnaguinhas.


O documento definiu o teor máximo de sódio a cada 100 gramas em alimentos industrializados. Algumas metas devem ser cumpridas pelo setor produtivo até 2012 e aprofundadas até 2014. No caso das massas instantâneas, a diminuição anual será de 30%.


O objetivo é reduzir o consumo excessivo de sal (cerca de 40% do sal é composto de sódio), que está associado a uma série de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, problemas renais e cânceres. A recomendação de consumo máximo pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 5 gramas de sal diários por pessoa.


Até o fim de 2011, será a vez dos biscoitos (cream cracker, recheados e maisena), embutidos (salsicha, presunto, hambúrguer, empanados, lingüiça, salame e mortadela), caldos e temperos, margarinas vegetais, maioneses, derivados de cereais, laticínios (bebidas lácteas, queijos e requeijão) e refeições prontas (pizza, lasanha, papa infantil salgada e sopas).


Fonte: Ministério da Saúde

terça-feira, 26 de julho de 2011

Adolescentes ingerem muito sal e não consomem nutrientes suficientes


A ingestão de nutrientes por jovens entre 14 e 18 anos é insuficiente, segundo um estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP. De acordo com a pesquisa, os 512 adolescentes avaliados em São Paulo apresentaram um consumo inadequado das vitaminas A, C e E, nutrientes que têm função antioxidantes no organismo, e dos minerais fósforo, magnésio e cálcio, responsáveis pela manutenção da saúde óssea.


— Se essa ingestão inadequada de nutrientes continuar a longo prazo poderá levar a um risco maior de desenvolvimento de câncer, doença cardíaca e osteoporose. Entretanto, essa constatação não é motivo para a suplementação vitamínica e sim para a adoção de uma dieta equilibrada com a presença de frutas e vegetais — aponta o nutricionista e pesquisador Eliseu Verly Junior.


Também foi constatado uma elevada ingestão de sódio por 99% dos meninos e 86% das meninas.


— O limite máximo de ingestão diária de sódio é de 2.300 miligramas, valor encontrado em 6 gramas de sal de cozinha. Apesar de essencial ao organismo, o consumo excessivo de sódio é prejudicial.


Renda e escolaridade

Com base na análise dos dados coletados e nas recomendações internacionais de consumo de vitaminas e minerais, o estudioso constatou que a ingestão inadequada de nutrientes é maior em famílias cuja renda familiar per capita é inferior a um salário mínimo. Ao mesmo tempo, quando a renda é superior a um salário, Verly Junior observou uma menor ingestão inadequada de nutrientes.


Essa mesma tendência também foi observada quando o nutricionista analisou a escolaridade do chefe da família: quando este apresentava até oito anos de estudo, a ingestão inadequada de nutrientes pelos adolescentes era maior. E quando os anos de escolaridade eram superiores a estes anos, diminuía o número de jovens com ingestão inadequada de nutrientes.


Fonte: CRN2