segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quase metade da população está acima do peso


O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (18) pesquisa que aponta que 48,1% da população brasileira está acima do peso e 15% são obesos. Há cinco anos, a proporção era de 42,7% para excesso de peso e 11,4% para obesidade. Os dados fazem parte da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel Brasil 2010).

Segundo a pesquisa, se for considerada somente a população masculina, mais da metade dos homens está acima do peso (52,1%). Entre as mulheres, a proporção é de 44,3%. Em 2006, a pesquisa apontava excesso de peso em 47,2% dos homens e em 38,5% das mulheres.

Para Deborah Malta, coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o expressivo crescimento no número de pessoas com sobrepeso e obesidade, em um curto período, é uma tendência mundial.

“A ocorrência do excesso de peso decorre do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados. Essa é uma tendência mundial e o Brasil não está isolado. Ela é um reflexo do baixo consumo de alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras e do uso em excesso de produtos industrializados com elevado teor de calorias, como gorduras e açúcares, além de baixos níveis de atividade física”, explicou Deborah Malta.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse que, mantido o ritmo atual, o Brasil terá em 13 anos o mesmo número de obesos que os Estados Unidos têm atualmente. "Se nós mantivermos o rtimo de crescimento [no índice de obesidade] que o Brasil vem tendo, em 13 anos nós vamos ter o mesmo índice de prevalência que os Estados Unidos têm atualmente".

A pesquisa mostra que 14,2% dos adultos não fazem nenhuma atividade física no tempo livre e que 30,2% dos homens e 26,5% das mulheres assitem televisão por mais de três horas ao dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 30 minutos de atividade física pelo menos cinco vezes por semana.


Alimentação
Em relação à alimentação, a pesquisa aponta que o brasileiro está consumindo menos feijão , mais leite integral - com gordura - e bastante carne com gordura aparente. O número de adultos que comem feijão pelo menos cinco dias por semana é de 66,7%. Em 2006, 71,9% dos brasileiros consumiam feijão.


A pesquisa aponta ainda que somente 18,2% dos brasileiros adultos consomem cinco porções diárias ou 400 gramas de frutas e hortaliças, quantidade recomendada pela OMS. O levantamento mostra que 34,2% se alimentam de carnes vermelhas gordurosas ou de frango com pele; e 28,1% consomem refrigerantes cinco vezes ou mais na semana.

Fonte: G1

Ministério da Saúde anuncia combate a alimentos gordurosos e com muito sal


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, divulgou nesta sexta-feira (8) uma nova medida do governo para garantir a saúde dos brasileiros: um plano de redução de gordura nos alimentos industrializados. A medida foi anunciada um dia após Padilha ter fechado acordo com as indústrias de alimentos processados para diminuir o teor de sódio em pelo menos 16 categorias de produtos, e demonstra uma maior preocupação do governo federal com a alimentação da população.


"No segundo semestre vamos abrir a agenda para a redução de gordura. É um programa fundamental porque traz a indústria de alimentos para o debate (hábitos alimentares). O Brasil é pioneiro em relação aos demais países nisso", afirmou o ministro.


De acordo com Padilha, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ficará responsável pela fiscalização e controle das novas regras, que visam a cobater a obesidade e a melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Quanto à medida para diminuir o sódio, o Ministério afirmou que tem por objetivo estimular o povo a ingerir menos sal - os dados mais recentes mostram que o brasileiro consome, em média, 9,6 gramas de sal por dia, quase duas vezes mais que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


A preocupação com a saúde da população é legítima, para o ministro. O consumo excessivo do sal, por exemplo, acarreta em um aumento na incidência de doenças crônicas como a hipertensão e os problemas cardíacos. E é um costume do brasileiro salgar sua comida bem mais que outros povos, já que seu paladar está mais acostumado. Sobre esse assunto, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Edmundo Klotz, afirmou: “Devem ter alterações [no gosto], mas poderão ser imperceptíveis.”


As metas para a redução de gordura nos alimentos ainda não foram definidas, mas para a diminuíção do sódio o governo espera uma queda de 30% na concentração do elemento químico em massas e de 10% nos pães em um primeiro momento. Em julho, quando o plano de ação deve entrar em sua segunda fase, o governo espera ampliar o leque de produtos afetados pela nova regulamentação. E até o final do ano será definido o teor máximo de sódio para biscoitos, embutidos, pão francês, bolos prontos, mistura para bolo, salgadinhos de milho, batatas fritas, caldos, temperos, margarinas, maioneses, laticínios e refeições prontas.


Uma pesquisa realizada recentemente pelo ministério descobriu que 48% da população das capitais tem sobrepeso e 15% já é classificada como obesa. "É fundamental que a gente divulgue os hábitos de alimentação saudáveis", afirmou Padilha.

Fonte: CRN