sexta-feira, 11 de setembro de 2009

V Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial - guia de bolso


Diversas sociedades médicas brasileiras reuniram as últimas atualizações das condutas diagnósticas e terapêuticas em hipertensão arterial em uma publicação em formato de guia de bolso.

Este documento é embasado na "V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial" e transmite as informações em forma de tabelas e diagramas coloridos e de fácil compreensão.

Os temas abordados estão relacionados ao diagnóstico e tratamento medicamentoso ou não medicamentoso da hipertensão arterial, identificação de fatores de risco cardiovasculares, classificação dos valores da pressão arterial, hipertensão em situações especiais, entre outros.

O documento pode ser acessado através do link http://www.nutritotal.com.br/diretrizes/files/165--HipertensaoBolso.pdf

Mudanças no estilo de vida e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis e sistema imune de mulheres sedentárias


Um artigo publicado na Revista de Nutrição, nos meses de março e abril de 2009, teve por objetivo observar os efeitos de dois meses de um programa de reeducação de hábitos sobre variáveis do sistema imunológico e de risco para doenças crônicas não transmissíveis e as associações destas entre si e com a composição corporal.

Cinqüenta mulheres sedentárias, com idade de 36 anos, e índice de massa corporal de 31kg/m2 participaram do estudo. Foram avaliados a composição corporal (antropometria e bioimpedância), o hemograma, o perfil lipídico, as concentrações plasmáticas das vitaminas A, C, betacaroteno, do zinco, do ácido úrico e da glicemia. O treinamento consistia de circuito de peso ou caminhada por 1h, três vezes por semana no primeiro mês e 1h, quatro vezes por semana no segundo mês, mais reeducação alimentar.

A gordura corporal, as concentrações plasmáticas do ácido úrico, do colesterol total e da lipoproteína de alta densidade foram significativamente reduzidas. Os triglicérides, a lipoproteína de baixa densidade e as variáveis do sistema imunológico não foram alterados. O zinco não foi associado a qualquer variável. Os glóbulos brancos, os linfócitos, as plaquetas e a vitamina C foram positivamente associados à gordura corporal e negativamente, quando divididos pela massa corporal (kg). O colesterol total e a lipoproteína de baixa densidade divididos pela concentração de vitamina A e do betacaroteno foram negativamente correlacionados à gordura corporal. A vitamina C teve a maior correlação com outros fatores bioquímicos de risco.


Em suma, dois meses de um programa de reeducação de hábitos parecem ter reduzido os fatores de risco associados às DCNT, mas não interferiram nos marcadores do sistema imunológico destas mulheres. Todavia, o aumento da gordura corporal foi positivamente associado à piora dos marcadores do sistema imunológico, das vitaminas e do perfil lipídico, sugerindo que pode ser necessária atenção com o aporte de antioxidantes em indivíduos obesos que iniciem a prática de atividades físicas.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Indicadores de obesidade central e IMC


Um estudo publicado neste mês (setembro de 2009) na Revista Brasileira de Epidemiologia, teve por objetivo analisar o desempenho de indicadores de obesidade central por correlação e concordância com índice de massa corporal para avaliação nutricional em adolescentes segundo sexo e idade.

Dentre os indicadores de obesidade central analisados, as circunferências de cintura e abdômen apresentaram os melhores desempenhos, destacando-se a circunferência de cintura como mais apropriada para uso complementar ao IMC na avaliação nutricional de adolescentes. Porém, é enfatizado que mais estudos devem ser feitos para concluir este achado.

Diabetes e Alimentos Diet e Light


Um estudo feito na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, com 120 pacientes com diabetes tipo 2 indica que, apesar de consumir produtos diet e light com frequência, mais da metade não sabe a diferença entre os dois tipos de produtos, não tem o hábito de ler o rótulo desses alimentos e também não controla a quantidade ingerida.

Entre os pacientes entrevistados (60 homens e 60 mulheres), todos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a média de idade era de 63 anos e 83,3% tinham sobrepeso ou obesidade.


Os dados foram obtidos por meio de um questionário envolvendo variáveis sociodemográficas, hábitos de vida, história da doença e consumo de produtos dietéticos e adoçantes. A amostra foi composta principalmente por indivíduos com baixa escolaridade.


A nutricionista Paula Barbosa de Oliveira, autora do estudo feito como dissertação de mestrado defendida no Programa Saúde na Comunidade, da USP, com orientação do professor Laércio Joel Franco, alerta que o consumo excessivo desses produtos pode interferir no controle glicêmico e trazer prejuízos para a saúde dos pacientes.


Os alimentos diet são isentos de certos nutrientes encontrados no produto convencional, como açúcar, sódio ou gordura, e são elaborados para pessoas com exigências específicas, enquanto o light apresenta uma redução de, no mínimo, 25% do valor energético total ou de algum nutriente presente no produto convencional.


“O estudo conclui que informações sobre o uso adequado de adoçantes e produtos dietéticos é uma necessidade nas atividades assistenciais aos pacientes com diabetes, nos diversos níveis do SUS”, disse Paula à Agência FAPESP.

Como os indivíduos com diabetes precisam restringir a ingestão de açúcar, segundo ela o uso desses produtos pode suprir o desejo pelo sabor doce sem alterar a glicemia.


“O uso consciente e adequado desses produtos pode restringir o uso de açúcar, facilitar a adesão ao tratamento e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Verificamos, por exemplo, que apenas 41% dos pacientes têm o hábito de ler os rótulos dos produtos”, disse.


O trabalho indicou ainda que, embora não tenham sido observadas diferenças significativas entre homens e mulheres com relação à ingestão de produtos diet e light, os idosos consomem menos açúcares quando comparados com os adultos.


“Em resumo, apesar de usar menos açúcar, os idosos são os maiores consumidores de adoçantes entre todas as faixas etárias, enquanto as mulheres usam mais o adoçante fora de casa e se dizem mais preocupadas com a quantidade utilizada do que os homens”, disse Paula.


A nutricionista destaca que para obter um bom controle metabólico a educação alimentar é um dos pontos fundamentais no tratamento do diabetes, que atualmente apresenta impacto considerável como problema de saúde pública, pela morbidade, mortalidade e altos custos de seu tratamento.


Segundo ela, o uso de adoçantes e alimentos dietéticos é importante para as pessoas com diabetes, apesar de serem dispensáveis na alimentação. “Esse setor tem crescido muito nos últimos anos e, atualmente, 35% dos lares brasileiros consomem algum tipo de produto light ou diet, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos”, disse.


“As estimativas são de que o número de pessoas com diabetes do tipo 2 no mundo passará dos cerca de 135 milhões, em 1995, para 300 milhões em 2025”, apontou.


Fonte: Agência Fapesp