quinta-feira, 8 de julho de 2010

Novas pesquisas mostram a importância da vitamina K na coagulação


No frio a tendência é que deixemos as saladas de lado e priorizemos os alimentos quentes. Mas as verduras devem continuar sendo consumidas, porque são ricas em vitamina K, nutriente importante especialmente para pessoas medicadas com anticoagulantes: pacientes que já passaram por algum evento cardiovascular importante, como enfarte, trombose e acidente vascular cerebral (derrame), por exemplo.



Professora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF), a nutricionista Silvia Custódio estudou a interferência da vitamina K na coagulação sanguínea em sua tese de doutorado, defendida na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 2001. Foi nessa época que ela fez contato com o Laboratório da Vitamina K, um centro especializado em estudos sobre o nutriente que fica na Universidade Tufts, em Boston (EUA).



Após nove anos de novos estudos, Silvia acaba de escrever um artigo ainda inédito que propõe a revisão das propriedades do nutriente. "Já se falou bastante sobre a relação da vitamina K com a coagulação e, agora, a discussão é sobre as novas funções que os pesquisadores têm atribuído a ela. A mais recente linha de pesquisa indica que a vitamina K teria um efeito benéfico para o coração por inibir a calcificação vascular, ou seja, a formação de placas endurecidas nas artérias, que contribuem para o entupimento delas", esclarece.



Segundo a pesquisadora, a vitamina K aparece nos estudos internacionais relacionada ainda à manutenção dos ossos. Isso, segundo ela, pode mudar a indicação de consumo do nutriente feita pelos nutricionistas: 120 mcg (microgramas) por dia para homens adultos e 90 mcg para mulheres. "Esses dados se referem ao equilíbrio da coagulação sanguínea. Estima-se que a ingestão, para garantir a saúde óssea, deva ser até quatro vezes maior", diz.



A vitamina K, explica Silvia, é necessária para ativar uma das principais proteínas dos ossos, a osteocalcina. Já na coagulação, interfere por ter ação anti-hemorrágica, estimulando a coagulação. "É por isso que, em usuários de anticoagulantes, controlar a ingestão de vitamina K é tão importante. O ideal é que o consumo de alimentos ricos nessa substância seja constante, em quantias semelhantes todos os dias, para manter a coagulação equilibrada. É uma preocupação pertinente sobretudo no inverno, quando o consumo de vegetais costuma cair", comenta a nutricionista Viviane Ferrari, que também investigou a vitamina K em sua dissertação de mestrado, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.



Conheça alguns alimentos ricos em vitamina K:



ÓLEOS - Os óleos vegetais, à base de canola, soja e milho, também contêm quantidades relevantes de vitamina K, segundo a nutricionista Camila Leonel, da Unifesp. "Para os óleos, é bom ter cuidado com o tipo de embalagem, já que a vitamina K é bastante sensível à luz. O melhor é escolher o óleo que vem em lata e evitar as embalagens transparentes", indica. Outro cuidado é com o armazenamento dos alimentos. "A exposição ao ambiente diminui a ação da vitamina K, já o congelamento e o cozimento não têm tanto impacto", completa.



REPOLHO - 339 mcg a cada 100g do alimento, porção que equivale a uma xícara de chá do vegetal cru e picado



AGRIÃO - 315 mcg de vitamina K a cada 100g de alimento, porção que equivale a um prato de sobremesa cheio



BRÓCOLIS - 179 mcg de vitamina K a cada 100g de alimento, porção que equivale a dois talos médios cozidos



ESPINAFRE - 380 mcg de vitamina K a cada 100g do alimento, porção que equivale a um pires de chá da verdura refogada



SALSA - 548 mcg de vitamina K a cada 100 g, porção que equivale a uma xícara e meia de chá



Fonte: Portal Gaz

terça-feira, 6 de julho de 2010


Reduzir o sal na DIETA é a primeira recomendação que um portador de HIPERTENSÃO recebe do médico. Mas uma pesquisa do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia com 1.294 hipertensos mostrou que 93% deles não sabem fazer a relação entre o sal e o sódio descrito nas embalagens de ALIMENTOS. Pior: 75% nem sequer leem os rótulos e 45% não sabem que os produtos industrializados podem conter sal. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o consumo diário de sal não deve exceder seis gramas por dia - uma colher de chá. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) deve lançar em breve uma nova diretriz reduzindo esse valor recomendado para cinco gramas.

Estudo recente no New England Journal of Medicine apontou que diminuir o consumo de sal pode reduzir doenças cardiovasculares tanto quanto parar de fumar, combater a OBESIDADE e controlar o colesterol. O problema é que a tabela nutricional das embalagens não informa a quantidade de sal e sim a de sódio - um dos componentes do sal de cozinha e o verdadeiro causador da pressão alta.


Para aumentar a confusão, o sódio não está apenas em ALIMENTOS salgados, mas também em conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), fermentos (bicarbonato de sódio) e realçadores de sabor (glutamato monossódico).


"Isoladamente, o sódio não tem sabor, mas apenas 24% dos entrevistados sabiam disso", diz a nutricionista Cristiane Kovacs, uma das autoras do estudo. "Costuma-se recomendar a redução no consumo de sal porque ele é a principal fonte de sódio da ALIMENTAÇÃO, mas não é a única."


O cardiologista Daniel Magnoni, coordenador da pesquisa, explica que é preciso multiplicar o valor de sódio no rótulo por 2,5 para saber o quanto aquilo corresponde em gramas de sal. Um alimento com 500 mg de sódio representa 1,25 g de sal.


Fonte: CFN

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desnutrição infantil cai 62% em cinco anos


A taxa de crianças desnutridas no Brasil caiu 62% em cinco anos. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2003 – quando o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional começou a verificar esses índices mais de perto –, as crianças menores de cinco anos com baixo peso representavam 12,5% da população nessa faixa etária. Em 2008, o número caiu para 4,8%.


O déficit de altura por idade também diminuiu: baixou de 20% para 14% no mesmo período. A análise do ministério é feita com base nos usuários atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O monitoramento anual das crianças com até dez anos de idade faz parte da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que completa uma década este ano. Atualmente, 4,5 milhões são acompanhadas pelo SUS.

Apesar da queda, os dados mostram que a situação ainda é preocupante em algumas regiões. O Norte e o Nordeste apresentam os índices mais altos de desnutrição, mesmo com a queda maior tendo ocorrido em estados das duas regiões.

“Por trás das médias, ainda se escondem realidades especificas.Precisamos trabalhar melhor com as populações mais vulneráveis, que não tinham vínculos com o serviço de saúde. O nosso gargalo ainda é a região Norte. Temos de o sistema às dificuldades de acesso às comunidades e, nos grandes municípios, temos de traçar estratégias diferenciadas como nas áreas que sofrem com a violência”, ressalta Eduardo Augusto Nilson, da Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.

A região Norte tinha, em 2003, uma taxa acima de 14% de desnutrição infantil e o Nordeste, entre 11% e 14%, variando de acordo com o estado. Em 2008, ambas passaram para a faixa entre 5% e 8%. Quanto à baixa estatura, as taxas caíram de 34,5% para uma faixa entre 18,5% e 26% no Norte. E no Nordeste, de 34,5% para a faixa que varia entre 11% e 18,5%.

Ações O ministério atribui a redução dos índices de desnutrição da população infantil a algumas políticas adotadas em todos os estados. A partir da análise das carências nutricionais feitas pelas equipes de saúde, são distribuídos aos pacientes xaropes e comprimidos de sulfato ferroso, vitamina A e ácido fólico (para as gestantes).

Eduardo defende que a expansão do Programa Saúde da Família foi essencial para melhorar os resultados. As equipes que acompanhavam 31,3% dos habitantes da região Norte (4,2 milhões de pessoas), em 2003, hoje acompanham 50,8%, (7,7 milhões de cidadãos). No Nordeste, a cobertura era de 50,5% em 2003 e passou para 71,6% em 2010. O atendimento saltou de 24,6 milhões para 38 milhões de habitantes nesse período.

“Estamos vivendo uma transição nutricional. Ainda vivenciamos a desnutrição e, ao mesmo tempo, o excesso de peso da população tem aumentado. Isso mostra que precisamos manter as ações e reforçar o combate à obesidade”, afirma.

Fonte: CRN2