terça-feira, 2 de agosto de 2011

IBGE: pobres têm melhor qualidade nutricional


A parcela mais pobre da população brasileira é a que mantém uma dieta mais saudável, considerando os itens presentes na mesa dessas pessoas diariamente. De acordo com a análise de consumo alimentar da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (28), além de comer mais arroz e feijão do que as outras classes, as pessoas com renda de até R$ 296 comem o dobro de batata-doce e a metade de batata frita que os brasileiros com renda superior a R$ 1.089.


“Como [as pessoas de menor renda] não têm disponibilidade para comprar tanto, têm uma alimentação mais básica. E a alimentação mais básica tem melhor qualidade nutricional. Mas a diferença entre o consumo dos melhores e piores alimentos é muito pequena. Todo mundo consome os dois tipos de coisa”, avaliou André Martins, pesquisador da POF/ IBGE.


A análise mostrou que as pessoas com menor renda foram as que revelaram um consumo maior de peixe fresco e salgado e carne salgada. Essa parcela de brasileiros também se destaca por consumir menos doces, refrigerantes, pizzas e salgados fritos e assados. Refrigerante diet é um item praticamente inexistente na mesa dos mais pobres.


Se, por um lado, o consumo de refrigerante aumenta à medida que a renda melhora, os mais ricos são os que mais consomem frutas, verduras, leite desnatado e derivados do leite.


O levantamento do IBGE mostra que quanto mais alta a renda, maior é o número de pessoas que fazem pelo menos uma refeição fora de casa por dia. “Os dois consomem coisas erradas [mais pobres e mais ricos]. Entra a disponibilidade de rendimento, e a pessoa começa a comprar biscoito recheado, batata industrializada, já começa a consumir mais fora de casa e come pizza, toma refrigerante. Na classe de rendimento mais alta é absurdo o consumo de refrigerante”, disse o pesquisador.


Essa mesma comparação pode ser feita entre a população urbana e rural. A análise do consumo alimentar mostrou que as médias diárias de consumo per capita de itens como arroz, feijão, batata-doce, mandioca, farinha de mandioca, manga, tangerina, peixes e carnes foi muito maior na zona rural. Na área urbana os entrevistados revelaram um consumo maior de alimentos prontos ou processados, como pão de sal, biscoitos recheados, iogurtes, vitaminas, sanduíches, salgados, pizzas, refrigerantes, sucos e cervejas.

Fonte: CRN2

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brasileiro mantém tradição do arroz e feijão, mas prefere alimentos com baixo teor nutritivo

Todos os dias o brasileiro come em média dez colheres de sopa de feijão, nove colheres de sopa de arroz, carne bovina, sucos, refrigerantes, café, sopas e caldos. Os números da inédita Análise de Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, da Pesquisa de Orçamentos Alimentares 2008-2009, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que o brasileiro combina a dieta tradicional à base de arroz e feijão com alimentos de teor reduzido de nutrientes e de alto nível calórico. O que mais preocupa é o consumo excessivo de açúcares livres (açúcar de adição + açúcar proveniente dos sucos) e gorduras saturadas, além da insuficiência de ingestão de fibras. O alto teor de sódio nos alimentos consumidos também é um alerta.

Arte: Mariana Nobre

Aquele biscoito recheado que adoça a tarde de muita gente não está entre os alimentos mais consumidos, mas aparece no cardápio relatado por aqueles que têm as dietas mais inadequadas: as adolescentes com idade entre 14 e 18 anos.


A pesquisa mostra ainda que cerca de 40% das pessoas comem fora de casa e que a escolha na rua é por itens rápidos e menos saudáveis, como salgados fritos e assados, salgadinhos industrializados, chocolates, pizzas e sanduíches.


Arte: Mariana Nobre

Para o gerente da pesquisa, Edilson Nascimento Silva, os dados mostram a necessidade de as autoridades pensarem políticas de prevenção sobre os hábitos alimentares do brasileiro:


- Principalmente as crianças e adolescentes precisam ter uma dieta diversificada. Os índices de inadequação indicam um alerta sobre sobrepeso, obesidade e desenvolvimento de doenças crônicas - explica.


Durante os anos de 2008 e 2009, foram entrevistados 34 mil brasileiros em todos os estados.

Fonte: CRN2