segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sedentarismo e maus hábitos alimentares

Com previsão de ser finalizado ainda este ano, um estudo realizado por acadêmicos da Faculdade de Enfermagem (FE) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) revela dados alarmantes sobre os alunos daquela instituição que podem espelhar a má alimentação dos jovens nos dias de hoje.


Segundo o estudo, apenas 50% dos alunos almoçam durante a semana. Ainda assim, muitas destas refeições são substituídas por um lanche. Outros pontos identificados foram o alto índice de sedentarismo (74%) e grande quantidade de pessoas que acrescentam sal nos alimentos já preparados (35,48%).


A “Análise dos Hábitos Alimentares dos Discentes da Faculdade de Enfermagem da Uerj”, de autoria de Diana da Silva Marinho, foi realizada com o apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), e orientação da doutora e professora Lina Márcia Miguéis Berardinelle, do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica (DEMC) da FE da Uerj.


O estudo

Foram avaliados 124 estudantes em um período de três meses, observando-se a frequência, a substituição e o tipo de alimentação, além das interferências destes hábitos na saúde.


A pesquisa partiu do princípio de que por meio de uma alimentação balanceada temos os nutrientes necessários para desenvolver resistência aos riscos a que somos expostos no meio ambiente, assim como às agressões hereditárias.


Apesar de mostrar um perfil ainda distante do ideal, o estudo observou ao menos um ponto positivo: apenas 3,2% dos alunos são fumantes. De acordo com as autoras, isso pode ser resultado das recentes campanhas antitabagismo.


A popularidade dos regimes alimentares também pode ser observada neste estudo. Quase 84% das respostas foram afirmativas para a realização de dietas, sendo 24% com restrição de gorduras.


Com base nestas e em outras informações coletadas, as pesquisadoras concluíram que o estudo enquadra-se nas projeções feitas pela Organização Mundial da Saúde em análise da estratégia Global para alimentação, atividade física e saúde.


O documento indica um crescimento epidêmico de doenças cardiovasculares, neoplasias e diabetes tipo 2 na maioria dos países em desenvolvimento. Um dos principais fatores que explicam esta tendência é a alimentação predominante nesses países, que tem levado ao aumento expressivo da obesidade.


Conclusões

A conclusão, no entanto, não é nada animadora. Os hábitos identificados como frequentes entre os estudantes são danosos e, somados ao histórico familiar, ampliam os riscos para o adoecimento precoce e o desenvolvimento de distúrbios cardiovasculares.


O motivo apresentado pelas pesquisadoras para essa rotina inadequada vivida pela maior parte dos estudantes é a falta de conhecimento sobre o próprio corpo. Por se tratar de indivíduos que estão entrando na fase adulta, os pesquisados ainda têm muitas dúvidas acerca de como se manterem saudáveis.


Observando as influências do mundo globalizado sobre todas as situações durante a vida, o estudo é um alerta para a importância dos programas globais para a melhoria do estilo de vida da população, não apenas focando a dieta e o controle do peso.

Fonte: Nutritotal