sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Resveratrol melhora parâmetros metabólicos na obesidade


Estudo publicado na revista Cell Metabolism demonstrou que a suplementação de cápsulas contendo resveratrol induziu alterações metabólicas em pacientes obesos, semelhante aos efeitos da restrição calórica.



Os pesquisadores realizaram um estudo randomizado, duplo-cego, cruzado e controlado por placebo com onze homens obesos. Os participantes foram designados a receber 150 mg/dia de resveratrol, durante 30 dias e, ao término desse período, foi dado um intervalo de mais 30 dias para receber o placebo por mais 30 dias. Os indivíduos foram avaliados no início e no final de cada período de suplementação. Diversos parâmetros foram medidos, incluindo índice de massa corporal, gasto energético de repouso, pressão arterial, além de biomarcadores do metabolismo energético.

A suplementação de resveratrol reduziu significativamente (p = 0,007) a taxa metabólica de repouso, efeito semelhante ao que ocorre quando há restrição calórica. Por outro lado, os pesquisadores verificaram que houve aumento do metabolismo mitocondrial no músculo, o que implica no aumento da queima de calorias, por meio da ativação das proteínas AMPK (adenosina monofosfato quinase), SIRT1 (sirtuina 1)  e PGC-1alfa (co-ativador 1 alfa do receptor ativado por proliferador do peroxissoma).

 
As concentrações plasmáticas de glicose e insulina foram menores após a suplementação de resveratrol (p = 0,05 e p = 0,04, respectivamente), sugerindo uma melhora da sensibilidade à insulina. O resveratrol também reduziu as concentrações de triglicérides plasmáticos (p = 0,03). Além disso, foi capaz de diminuir o acúmulo de lipídios no fígado e diminuiu os níveis de alanina–aminotransferase (ALT), com consequente melhora da função hepática (p < 0,005).


  
Os marcadores de inflamação sistêmica, incluindo interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), foram menores após suplementação de resveratrol, mas apenas o TNF-alfa foi estatisticamente significativo (p = 0,04). Outro efeito importante foi a redução significativa da pressão arterial sistólica em aproximadamente 5 mmHg (p < 0,05).


Os pesquisadores também avaliaram o perfil de expressão dos genes antes e após a suplementação de resveratrol. Foi utilizada a técnica de microarranjos de DNA em biópsias do músculo, em que 469 genes foram alterados pelo resveratrol, dos quais 219 foram aumentados e 250 foram reduzidos. Dentre esses genes, houve aumento na expressão dos genes relacionados com a fosforilação oxidativa mitocondrial, enquanto que os genes relacionados com inflamação foram reduzidos.


“Nosso trabalho demonstrou, pela primeira vez, os efeitos benéficos do resveratrol em 30 dias de suplementação sobre o perfil metabólico de homens obesos. Embora a maioria dos efeitos tenha sido modesto, eles foram muito consistentes, apontando para adaptações metabólicas benéficas. Além disso, não houve nenhum evento adverso com a suplementação”, argumentam os autores.

 
“Portanto, o resveratrol foi seguro e bem tolerado na concentração testada. Estudos futuros devem investigar os efeitos em longo prazo da suplementação de resveratrol, a fim de estabelecer se maiores doses podem melhorar ainda mais as alterações metabólicas associadas com a obesidade”, concluem.


Fonte: Nutritotal