quinta-feira, 14 de maio de 2009

Disponibilidade de polifenóis em frutas e verduras consumidas no Brasil

Um estudo publicado no volume 3 de 2009, da Revista de Saúde Pública, teve como objetivo estimar a disponibilidade de polifenóis totais em frutas e hortaliças consumidas no Brasil segundo macrorregião e identificar os principais alimentos-fonte que fazem parte do hábito alimentar nacional.

Para as frutas analisadas, o teor variou de 15,3 a 215,7mg EAG/100g de peso fresco, sendo aqueles com menor e maior teor de polifenóis, respectivamente, o mamão e a banana. Para as hortaliças, os valores variaram de 13,7mg EAG/100g de peso fresco para o tomate e de 113,2mg EAG/100g de peso fresco para a a cebola.

A disponibilidade média de polifenóis ofertada foi de 48,3mg/dia para o Brasil, sendo a região Sul a que representou maior valor (53,6mg), seguida pelo Sudeste (53,3mg), Nordeste (45,0mg), Norte (39,3mg) e Centro-Oeste (28,2mg).

O conteúdo de polifenóis fornecido diariamente por alimento estudado teve como destaque a banana, responsável por 33,6% dos polifenóis totais fornecidos no Brasil pelos alimentos analisados. Em segundo e terceiro lugares ficaram a cebola (22,3%) e a batata (9,4%). As regiões Sul e Centro-Oeste obtiveram como principais alimentos-fonte a cebola. Na região Sul, a batata e a tangerina tiveram destaque como fonte de polifenóis, com percentuais semelhantes à banana. A participação do brócolis como fonte de polifenóis foi discreta em todas as regiões.

As maiores disponibilidades diárias per capita de polifenóis nas macrorregiões Sudeste e Sul podem estar relacionadas ao maior poder aquisitivo dessas populações.


Ao contemplar alimentos de maior consumo nacional são desconsiderados hábitos ali
mentares regionais e o consumo de alimentos típicos. Frutas tropicais possuem conteúdo significativo de compostos fenólicos. Pitangas vermelhas apresentam cerca de 257mg de equivalente de catequina por 100g do fruto; mirtilo e amora possuem 270 e 174mg EAG/100g de peso fresco, respectivamente. O açaí possui alto teor de antocianinas, com valores de 267mg/100g de peso fresco. Então, a disponibilidade de polifenóis nas regiões Norte e Centro-Oeste pode ter sido subestimada neste trabalho, uma vez que não foram avaliados alimentos típicos e frutas nativas dessas regiões.

Muitos alimentos conhecidos como fonte de polifenóis não correspondem aqueles comumente consumidos no Brasil, como as frutas vermelhas, soja e chá verde. Quantificar polifenóis em alimentos consumidos no Brasil pode identificar novos alimentos fonte, além de possibilitar maior precisão na estimativa de disponibilidade de polifenóis no Brasil.

Novas análises devem ser feitas em cada região brasileira, para verificar particularidades de cada região. A adoção de práticas alimentares saudáveis e o incentivo ao maior consumo de frutas e hortaliças, levaria ao aumento no aporte de polifenóis pela população.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Resultado sobre anemia e deficiência de vitamina A

No dia 24 de abril de 2009, o Ministério da Saúde divulgou, pela primeira vez, a prevalência nacional de anemia e deficiência de vitamina A entre crianças menores de cinco anos e mulheres de 15 a 49 anos, por meio da nova edição da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS 2006).

A pesquisa, encomendada ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), revelou que 20,9% das crianças e 29,4% das mulheres brasileiras têm ane
mia. A situação mais preocupante é a da região Nordeste, onde o percentual foi de 25,5% das crianças e de 40% das mulheres. A prevalência de anemia em crianças com menos de 24 meses e de áreas urbanas e em mulheres negras também se sobressaiu.

Em relação à vitamina A, os resultados indicaram que 17,4% das crianças e 12,3% das mulheres apresentam níveis inadequados desse micronutriente. Entre as crianças, os índices mais preocupantes são os do Sudeste (21,6%) e do Nordeste (19%). A maior idade materna (acima dos 35 anos) é outro aspecto apontado como relevante para a insuficiência de vitamina A.

Essas duas deficiências são as de maior ocorrência no mundo, gerando, por exemplo, a redução da imunidade a infecções, problemas de desenvolvimento nas crianças e, em casos mais graves, até retardo mental e cegueira.

AÇÕES DO MINISTÉRIO - Os resultados corroboram que a anemia e a insuficiência de vitamina A são problemas de saúde pública no Brasil e, por isso, exigem ações específicas do Ministério da Saúde. Em 2004, o governo tornou obrigatória a fortificação de farinhas de trigo e de milho com ferro e ácido fólico. Nas próximas semanas, o Ministério da Saúde deverá criar uma comissão para monitorar farinhas de trigo e de milho, com o propósito de aprimorar a fiscalização do processo de fortificação no país.

Além da fortificação, em 2005, foi criado o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, com o objetivo de suplementar crianças de seis a 18 meses, gestantes a partir da 20ª semana e mulheres até o terceiro mês após o parto em todo país. A cada ano, são fornecidos 8 milhões de frascos de suplementos para as crianças e 250 milhões de comprimidos para mulheres grávidas.

Na Região Nordeste e no Norte de Minas Gerais, regiões consideradas endêmicas quanto à hipovitaminose A, também são fornecidas anualmente 8,5 milhões de cápsulas de vitamina A para crianças e mulheres no pós-parto imediato. Com base nos resultados da PNDS, a Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição deverá avaliar a possibilidade de ampliação da distribuição dessas cápsulas para toda a região sudeste.

Entre as ações do Ministério, ainda está a orientação à rede de saúde para a adoção de conduta nutricional baseada no aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e outras medidas fundamentais para a alimentação saudável da criança.

Fonte: CGPAN

Consumo de cálcio e vitamina D na infância

A Danone Brasil publicou em março de 2009 um Newsletter sobre Cálcio e Vitamina D na Infância. Abaixo um resumo sobre esta publicação:

Aproximadamente 90% da massa óssea é formada até os 20 anos de idade, motivo pelo qual a infância e adolescência são períodos críticos na determinação da saúde óssea ao longo da vida. Além do cálcio, fósforo e vitamina D, reconhecidamente importantes na saúde óssea; a ingestão energética, de lipídios, proteínas, potássio, vitaminas K e A e cloreto de sódio estão envolvidos no metabolismo ósseo, correlacionando-se de forma positiva ou negativa com a densidade mineral óssea.

O cálcio é o mineral mais abundante no organismo e necessário para mineralização de ossos e dentes, além de agir na contração muscular, coagulação sanguínea, transmissão nervosa e liberação de alguns hormônios.

Para absorver o cálcio, a dieta deve ser adequada em vitamina D, que tem como principal função a homeostase do cálcio.

A deficiência de vitamina D na infância chama-se raquitismo, caracterizado por deformidades ósseas, maior vulnerabilidade a fraturas, além do déficit de crescimento. Nos adultos e idosos, chama-se osteomalácia, podendo coexistir com a osteoporose. A pessoa apresenta dores ósseas e fraqueza muscular e reduzida densidade óssea.

A Adequate Intake - AI para ingestão de cálcio de pré-escolares são de 500 e 800 mg/dia nas faixas etárias de 1 a 3 e de 4 a 8 anos, respectivamente. Já para a vitamina D, a recomendação é de 5,0 ug (ou 200 UI) /dia para ambas as faixas etárias.

O estudo Nutri-Brasil Infância envolveu 9 cidades brasileiras, sendo analisado o consumo
alimentar de 3111 crianças de 2 a 6 anos.

Observando a média de consumo, poder-se-ia inferir que a ingestão de cálcio e vita
mina D estão adequadas. Mas como há variabilidade inter e intra-pessoal, que podem ser constatadas pelos elevados valores de desvios-padrão, o percentual de inadequação é alto.

A creche contribuiu pouco para a ingestão de cálcio e vitamina D. Elas deveriam contribuir mais, pois as crianças permanecem na creche durante todo o dia e dependem da alimentação ali oferecida.


Na faixa etária de 2 a 4 anos, o percentual de crianças que não atingiram a recomendação de cálcio foi menor (11,3%). Já na faixa etária de 4 a 6 anos, mais de 50% dos pré-escolares não atingiram a recomendação.

Em relação à vitamina D, a frequência de crianças com consumo inferior a AI foi superior a 50% em ambas as faixas etárias. Isso reflete a dependência da síntese de vitamina D pela exposição ao sol, sendo que as crianças estão cada vez menos expostas a ele.

Além do risco de fraturas, raquitismo e déficit de crescimento na infância, estes pré-escolares tem maior risco de osteoporose na vida adulta.

A osteoporose é uma doença crônica não-transmissível em que ocorre redução da massa óssea e alteração na microarquitetura deste tecido, aumentando a fragilidade e o risco de fratura. Com o aumento da expectativa de vida na população e consequentemente da incidência de fraturas, estima-se um aumento de 1,66 milhão de fratura de fêmur em 1990 para 6,26 milhões em 2050.
Cerca de 1/3 das mulheres com mais de 50 anos apresente risco de desenvolver osteoporose.

É recomendado para o pré-escolar, o consumo de 3 copos de leite integral por dia (600ml). É preocupante, pois está ocorrendo substituição do leite por sucos e refrigerantes, contribuindo para ingestão inadequada de cálcio.

Além do retorno do leite e derivados à mesa dos pré-escolares, é importante ainda estimular o consumo de outras fontes de cálcio (vegetais verde-escuros: brócolis, couve e espinafre) bem como de vitamina D (peixes com alto teor de gordura, óleos de peixes, margarina, ovos, dentre outros).

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Crianças com colesterol alto


Má alimentação, sedentarismo e genética são as principais causas do colesterol alto em crianças. O número de pequeninos com excesso de gordura no sangue tem aumentado exponencialmente. Hoje, cerca de 10% das crianças no país têm colesterol alto, de acordo com dados do Instituto do Coração (InCor).

Há apenas uma década, era raro ver uma criança com colesterol alto. Este risco aumenta se há um histórico de doenças como derrame, infarto e angina na família, por isto os pais devem estar sempre atentos aos fatores de risco. Nestes casos, é comum a criança apresentar uma alteração no colesterol entre os 7 e os 10 anos.

O aumento do colesterol nas crianças é assintomático, e não costuma trazer problemas sérios na infância. Este é o perigo, afirmam especialistas, já que esta criança vai estar mais propensa a ter problemas cardiovasculares e circulatórios no início na vida adulta.

Os pais devem estimular a alimentação saudável e a prática de atividades físicas. Reduzir o tempo dedicado à televisão, ao videogame e ao computador e incentivar a adesão da criança a um esporte é muito importante. Os hábitos alimentares também devem ser modificados, dando preferência a uma alimentação rica em fibras e com reduzida quantidade de gordura.

Fonte: Blog Nutricorpo

Estudo alerta para importância das calorias das bebidas


Sempre de olho no que comemos, muitas vezes nos esquecemos que boa parte das calorias ingeridas está nas bebidas. Refrigerantes, sucos, leite, bebidas alcoólicas, entre outras, trazem consigo calorias muitas vezes determinantes no sucesso ou fracasso de uma dieta.

O alerta vem de um estudo realizado na Johns Hopkins School of Medicine, nos Estados Unidos, que avaliou 810 adultos com idades entre 25 e 79 anos. Os pesquisadores monitoraram a redução de consumo de líquidos e alimentos sólidos de voluntários durante 18 meses. Nos primeiros seis meses, nos pacientes com redução de calorias proveniente de bebidas açucaradas, tais como refrigerantes e sucos industrializados, houve perda de meio quilo no período.

Em outro grupo, com redução de quantidade equivalente de calorias, porém provenientes de alimentos sólidos, a diminuição de peso foi cinco vezes menor.

Para a nutricionista Alessandra Lucca, doutora pela Faculdade de Saúde Pública da USP, o estudo é um alerta para não negligenciarmos as calorias das bebidas que contêm açúcar. “O estudo reforça que bebidas como refrigerantes, refrescos e outras bebidas adoçadas com açúcar são bastante calóricas e devem ser contabilizadas na dieta e, se possível, reduzidas ou substituídas”.

O estudo
A ingestão alimentar foi medida por meio de questionários respondidos por telefone, sem aviso prévio.

Pesquisadores dividiram as bebidas em várias categorias com base em valor calórico e nutricional de suas composições: adoçadas com açúcar (refrigerantes, refrescos, polpas, ou outras bebidas de alto valor calórico adoçadas com açúcar) ou bebidas dietéticas (refrigerantes diet ou outras bebidas adoçadas com adoçantes artificiais), leite (integral, 2% de gordura, baixo teor de gordura e desnatado), sucos (100% provenientes de frutas e vegetais), café e chá com açúcar, café e chá sem açúcar e bebidas alcoólicas.

Eles descobriram que 37% das calorias líquidas eram provenientes de bebidas adoçadas com açúcar.

Calorias sólidas x calorias líquidas
Segundo Benjamin Caballero, professor da Johns Hopkins e autor principal do estudo, o resultado revela que regulamos melhor a ingestão de calorias sólidas do que de líquidas, ou seja, é mais fácil exagerar quando bebemos do que quando comemos.

A constatação pode ser observada no dia-a-dia das pessoas, que raramente contabilizam as calorias ingeridas por bebidas e acabam exagerando na dose. O fato é comprovado pelos crescentes números do consumo, por exemplo, de refrigerantes no mundo inteiro.

Outro ponto negativo para as bebidas calóricas está na falta da necessidade de mastigação, presente nos alimentos sólidos. É ali que inicia o mecanismo de regulação da saciedade. Ao mastigar e deglutir um alimento, estimulamos as regiões do cérebro responsáveis por regular a satisfação.

O açúcar frequentemente utilizado em bebidas também interfere nesta diferença. Por ser um carboidrato simples, de rápida absorção, ele estimula a produção de insulina, favorecendo o estoque da energia ingerida em forma de gordura.

Fique de olho!
Um dos principais vilões das dietas de emagrecimento, especialmente quando não são orientadas por um profissional, são os refrigerantes regulares. Os sucos, apesar de serem excelentes fontes de vitaminas e minerais, também merecem atenção e não devem ser consumidos à vontade, já que contêm calorias.

Muitos indivíduos tomam sucos de frutos em abundância, certos de que estão fazendo somente bem ao organismo enriquecendo-o de vitaminas. Mas nem todas as versões são assim. Os sucos de caju, acerola, pêssego, limão, morango, melão ou maracujá, adoçados sem açúcar, são boas opções por serem provenientes de frutas com baixas calorias. O mesmo não podemos dizer da laranja, manga ou uva, que devem ser consumidas na forma de suco moderadamente.

“As bebidas açucaradas ingeridas durante os intervalos das refeições podem ter outro efeito negativo, pois quando ingerimos algo rico em açúcar depois de algumas horas sem comer, o açúcar é rapidamente disponibilizado em nossa corrente sanguínea, aumentando nossa glicemia e saciando momentaneamente nossa fome. No entanto, da mesma forma que o aumento da glicemia se deu de forma rápida, ocorre a queda, estimulando ao organismo a sensação de fome novamente”, alerta a nutricionista.

Embora os sucos naturais contenham mais calorias que as bebidas diet/light, não devemos ignorar que eles fornecem vitaminas e minerais importantes para o bom funcionamento de nosso organismo. Para substituí-los, há no mercado diversas opções interessantes, como a água de coco.

“A água de coco é um excelente repositor de eletrólitos, comumente perdidos em atividades intensas. Outra dica, especialmente para aqueles que não dispensam um refrigerante, são as águas aromatizadas, que não contêm calorias, mas possuem gás, saciando a vontade”, completa Alessandra.


Fonte: Nutritotal