segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sal? Só uma pitadinha!


Não mais do que isso, garantem médicos e NUTRICIONISTAS. Do contrário, você estará se expondo a uma série de problemas de saúde


O paladar do brasileiro é acostumado ao sal. Churrasco e feijoada, por exemplo, se não forem bem salgados, parecem perder a graça. O problema em abusar do condimento é o que está por trás dele, em sua composição química: o sódio. Segundo o cardiologista Lucimir Maia, o brasileiro consome, em média, 13 gramas de sal por dia. Todavia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a ingestão máxima de apenas 5 gramas do produto.


Insuficiências renal e cardíaca, HIPERTENSÃO, ameaça de derrame, problemas circulatórios, edemas pulmonares - tudo isso pode decorrer do consumo excessivo de sódio. A explicação é até simples, diz Maia: as moléculas de NaCl têm uma imensa capacidade de atrair água para os vasos sanguíneos, deixando-os inchados além da conta.


Mara Saleti De Boni, presidente do CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS no DF, ensina que a medida correta do consumo, indicado pela OMS, corresponde a uma colher rasa de chá. "Outra forma, menos higiênica, mas também válida, é a quantidade necessária para encher a tampa de uma caneta Bic", sugere. Ela ressalta que o padrão se aplica à população adulta de um modo geral. Os que não se encaixarem nesse perfil devem procurar um médico e um NUTRICIONISTA para uma DIETA adequada.


A NUTRICIONISTA alerta para o mau hábito de acrescentar sal a ALIMENTOS que já o têm naturalmente, como laticínios. O perigo maior, porém, está na comida industrializada, que abusa do sódio para fins de conservação. Enlatados, embutidos, macarrões instantâneos são exemplos disso. "Para se ter uma ideia, cada tablete daqueles de caldo de carne ou de legumes contém o necessário de sódio para um dia inteiro. E quase ninguém usa só um para cozinhar", observa.


Apesar de todos os contras, o sódio não é um vilão. O problema é o consumo exagerado. "Com o potássio, ele é responsável pela manutenção da quantidade de água no organismo", ensina a especialista. E não é preciso retirar o sal da DIETA de uma vez, ainda que seu objetivo seja "desintoxicar". "Quanto mais usamos um sabor, doce ou salgado, mais as papilas gustativas vão perdendo a sensibilidade para sentir o gosto natural dos ALIMENTOS", explica Mara. Por isso, o uso de temperos alternativos pode ser difícil no começo, mas, com o tempo, auxiliam no processo de readaptação.


Kátia Simone Pereira de Paulo, 35 anos, está aprendendo isso na prática. A coordenadora de atendimento de uma clínica descobriu faz um ano que tem HIPERTENSÃO. "É difícil ficar sem o sal. Sempre que vou a um restaurante, meus amigos reclamam", confessa. Mas em casa é mais tranquilo. Quem prepara as refeições é sua sogra, também hipertensa, assim todos da família entram na DIETA mais SAUDÁVEL. Frutas e verduras são obrigatórias no cardápio, e os gordurosos foram reduzidos. "Às vezes, a gente foge um pouquinho do recomendado, mas o acompanhamento com o médico mostra que estou melhorando", afirma.


A dica para substituir gradualmente o sal de cozinha é usar mais alho, cebola, orégano ou misturas de ervas naturais. O cardiologista Lucimir Maia também indica o uso de açafrão e sal DIETético. "Este é composto metade por cloreto de sódio (sal comum) e metade por cloreto de potássio. É o mesmo sabor, mas menos nocivo", explica.


Metas para a redução do sódio

Em 7 de abril, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e as associações que representam os produtores de ALIMENTOS processados assinaram um acordo que estabelece um plano de redução gradual na quantidade do sódio presente em 16 categorias de ALIMENTOS - começando por massas instantâneas, pães e bisnaguinhas. O pão de forma, por exemplo, terá de respeitar o limite de 645mg da substância por 100g de alimento. Outras metas, previstas para julho próximo, são relacionadas ao pão francês, bolos prontos, salgadinhos de milho e batatas fritas. Antes do fim do ano, será a vez dos biscoitos tipo cream cracker, embutidos, salame, mortadela, caldos, temperos e refeições prontas. "Essa redução terá impacto na população como um todo. Se intervirmos agora, diminuiremos os casos crônicos no futuro", opina o cardiologista Lucimir Maia.

Fonte: CRN2