sexta-feira, 27 de março de 2009

Menos Sódio, Mais Potássio


Sou assinante da Revista Saúde, da Editora Abril, e gostei muito de uma matéria, falando sobre o sódio e o potássio na hipertensão. Abaixo, a matéria que pode ser encontrada no site da revista.


Quando o assunto é saúde, não é de hoje que o sal desfila sua fama de vilão mundo afora. Sempre que se fala em hipertensão alguém o cita, pois “O excesso de sódio, principal ingrediente do sal de cozinha, provoca retenção de água no organismo e aumenta o volume de sangue circulando”, explica o cardiologista Heno Lopes, do Instituto do Coração, em São Paulo. Maior volume sanguíneo passando pelo mesmo espaço de veias e artérias significa maior pressão nas paredes dos vasos, portanto...


Um outro mineral poderia contrabalançar essa história: o potássio. “Ele melhora a elasticidade dos vasos e, com isso, ajuda no controle da pressão”, explica Lopes. Mas, na prática, pouca gente sabe ou se lembra disso. Faça um teste: resgate na memória a última vez que você viu um hipertenso comendo banana, uma das fontes mais conhecidas de potássio, só para controlar a sua doença.


Segundo uma pesquisa com 2974 voluntários, foi concluído que aumentar a ingestão de potássio e restringir a de sódio diminui em até 50% as perturbações relacionadas à pressão nas alturas, como infarto e derrame.
“Isoladamente, no entanto, essas duas medidas não surtem o mesmo efeito”, observa Nancy Cook, professora da Universidade Harvard e uma das autoras do trabalho. Apenas maneirar no sal, por exemplo, só derruba em 20% o risco de turbulência nas artérias.


O potássio garante o bom funcionamento dos batimentos cardíacos, facilita a dilatação dos vasos e ainda melhora a sensibilidade à insulina — o que pode ser bem útil para quem sofre de resistência ao hormônio, um fator que colabora para a ocorrência de problemas cardiovasculares, ainda mais quando já existe um quadro de hipertensão. “Além disso, esse mineral parece reduzir os efeitos negativos do sal, porque induz a eliminação do sódio pelos rins”, comenta Nancy. Portanto, dá para deduzir que manter o dueto em uma gangorra estática — sódio no chão e potássio em níveis elevados — seja a medida mais eficiente para proteger o corpo.


Um adulto saudável deve ingerir, no máximo, 6 gramas de sal por dia. Mas o brasileiro consome nada menos que 12 gramas.


O potássio em baixa no organismo é um prato cheio para que a cãibra mostre suas garras. “É que o mineral tem a capacidade de manter os impulsos musculares em ordem”, explica Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. Isso vale para qualquer músculo: do coração à panturrilha. Quando nos alimentamos mal, há um desequilíbrio entre as taxas de potássio e sódio dentro e fora da fibra muscular. Daí, o músculo tende a se contrair involuntariamente, impedindo o relaxamento da região onde ocorre a pane. O risco de isso acontecer quando suamos muito é maior — o potássio é perdido junto com a água e precisa ser reposto depressa para evitar a contração dolorosa. Deu cãibra? Ponha potássio no prato e trate de devolvê-lo às suas fibras musculares.


“Com uma alimentação adequada, dá para reduzir em 10% as medidas da pressão e em 8% o nível de gordura no sangue”, afirma Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Instituto de Metabolismo e Nutrição, em São Paulo. Só que é importante deixar claro: eliminar o sódio totalmente e exagerar na dose de potássio também traz consequências negativas. “O corte absoluto de sal prejudica o metabolismo do colesterol”, exemplifica a nutricionista Camila Marcucci Gracia, do Hospital do Coração, na capital paulista.


Já o potássio além da conta, quadro chamado pelos especialistas de hipercalemia, acaba desacelerando o ritmo cardíaco mais do que deve. Na verdade, isso não costuma acontecer com frequência. Até porque esse mineral é eliminado com facilidade na urina, nas fezes e no suor — então, é mais provável que ele falte no organismo do que sobre. Quem precisa ficar atento ao seu consumo são justamente as pessoas que sofrem de disfunção renal. É que, quando não trabalham direito, os rins têm dificuldade para mandar o excesso da substância embora. Daí, o coração é quem paga o pato.


A banana, o clássico representante do nutriente aparece em sétimo lugar no nosso ranking das principais fontes. Como um complemento para dar uma rasteira nos inimigos das artérias, outra opção é apostar no uso do sal light, que tem 50% de sódio a menos e 60% de potássio a mais em relação ao tempero comum. Nesse sobe-e-desce de nutrientes, fazer as escolhas certas garante ao seu corpo uma vida com menos tormentos e muito mais saúde.


As melhores fontes de potássio são:

- Soja (1 concha pequena): 486mg

- Melão (1 fatia média): 367mg

- Couve (3 colheres de sopa): 331mg

- Grão-de-bico (1 concha pequena): 285mg

- Laranja (1 unidade média): 245mg

- Mamão (1 fatia média): 222mg

- Banana (1 fruta média): 215mg

- Brócolis (6 ramos): 214mg

- Tomate (1 unidade): 200mg

- Goiaba (1 unidade média): 178mg

- Pera (1 unidade média): 162mg

- Melancia (1 fatia média): 156mg

- Feijão (1 concha pequena): 153mg

- Mexerica (1 unidade média): 150mg

- Espinafre (3 colheres de sopa): 134mg

- Lentilha (1 concha pequena): 132mg

- Agrião (1 prato de sobremesa): 131mg

- Abacaxi (1 fatia média): 131mg

- Alface ( 1 prato de sobremesa): 126mg

- Linhaça (2 colheres de sopa): 126mg


Vale lembrar que a quantidade diária recomendada de potássio são 4700 miligramas.

Retirado do site: http://saude.abril.com.br

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