quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Papinha: pesquisa mostra que receitas têm mais sódio e menos ferro do que o recomendado


Você já acrescentou mais sal na papinha do seu bebê porque achou que estava sem graça para o seu paladar? Ou então tirou a carne na hora de servir porque pensou que ele poderia engasgar? Uma pesquisa, feita em parceria pela Universidade Federal de São Paulo e a Universidade do Estado do Pará, mostrou que a papinha feita em casa para crianças de 6 a 18 meses tem mais sódio e menos ferro do que o recomendado – e quanto menor a condição social, pior a alimentação.


O brasileiro consome, em média, o dobro da recomendação diária de sódio, que é 6 gramas. “A regra é a mesma: a alimentação do bebê segue a da família. Por isso é comum que os pais, acostumados com comida salgada, coloquem sal em excesso na papinha”, afirma Giovana Longo-Silva, nutricionista, do departamento de pediatria da Universidade Federal de São Paulo. No começo, o sal não vai causar nenhum problema para a saúde do seu filho. Mas, como o sódio vai se acumulando no nosso organismo ao longo dos anos, o consumo além do ideal pode provocar hipertensão arterial – segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, hoje 30% da população brasileira sofre com esse problema. Se você quiser acrescentar sal no preparo da papinha (na verdade, ele é opcional), ponha uma pitada bem pequena. A regra é: se para o paladar adulto está insosso, então, é o suficiente para o bebê.


O segundo alerta da pesquisa é sobre o consumo de ferro, menor do desejado. Nessa pesquisa, 60% dos bebês tinham deficiência do nutriente, que provoca anemia – de acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 53% das crianças menores de 3 anos têm algum grau da doença. Para alcançar a recomendação, que é de 11 miligramas/dia, ofereça um tipo de carne, qualquer um, nas refeições principais (almoço e jantar). “O bebê não vai engasgar com a carne. Quando ele não consegue engolir, ele cospe”, diz a nutricionista. Outros alimentos, como feijão e ovo, também têm ferro, mas em menor quantidade. Para facilitar a absorção do nutriente, sirva, até meia hora depois da refeição, uma fonte de vitamina C, como um suco de laranja, por exemplo. E, se tiver alguma dúvida sobre a alimentação do bebê, não deixe de esclarecê-la com o pediatra.

Fonte: Revista Crescer

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