sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Chá verde nas dislipidemias


Em artigo publicado no periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia, em agosto de 2009, objetivou-se investigar os efeitos do chá verde (Camellia sinensis) em pacientes portadores de dislipidemias.

Nos últimos anos, uma crescente atenção tem sido dada ao uso do chá verde na promoção da saúde humana. A redução nas concentrações sanguíneas do colesterol total e do LDL-colesterol, por meio do consumo desse chá, tem sido repetidamente demonstrada em diversos estudos. Alguns estudos postularam que os flavonóides do chá verde (catequinas), em especial a epigalocatequina gallate (EGCG), devido à sua alta concentração de polifenóis antioxidantes, possa ser responsável pela ação benéfica do chá. Acredita-se ainda que os flavonóides do chá sejam efetivos antioxidantes e possam proteger o organismo contra diversas doenças crônicas, principalmente as doenças cardiovasculares.

No estudo não foi possível introduzir o chá na forma de bebida, sendo assim foi administrado em forma de cápsula, o equivalente a quatro xícaras de chá (150ml) por dia. Também foi realizada uma dieta com ingestão menor que 35% do total de Kcal na forma de lipídios totais, com menos de 7% de gordura saturada, quantidade igual ou inferior a 10% de gordura poli-insaturada e até 20% de gordura monoinsaturada. A recomendação de colesterol foi de menos de 200mg/dia.

Neste estudo, após as intervenções, as variações lipídicas médias provocadas pelo uso do chá verde (Camellia sinensis) sofreram uma redução de 3,9 % nas concentrações de colesterol total e uma redução de 4,5 % do LDL - colesterol. Essa quantidade de chá verde ingerida não influenciou significativamente os níveis de HDL-c, dos triglicerídeos e da Apo-B.

Outro benefício atribuído ao consumo do chá verde foi identificado em relação aos parâmetros antropométricos: observou-se perda de peso de 1,7 % e diminuição do IMC de 1,7 % .No grupo placebo, a variação foi significativa mas de menor intensidade, a perda de peso foi de 1,1% e o IMC teve uma redução de 1,1%.

As modificações alimentares, obtidas através da dieta, tiveram influência sobre o consumo de gorduras, principalmente na redução dos ácidos graxos saturados. Houve uma diminuição bastante significativa da ingestão do valor calórico total, a diminuição do consumo de gorduras totais, de gorduras saturadas e do colesterol e o aumento do consumo de fibras. Foi evidenciado também um aumento no consumo de proteínas.

Esses achados mostram os benefícios do chá verde (Camellia sinensis), em concordância com estudos prévios da literatura, mas revelam também que ainda são necessárias novas investigações, com maior número de pacientes e períodos de observação mais longos, para validar as observações iniciais feita neste estudo.

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